De volta ao quarto azul; Ele e ela no guarda-roupa.
Sempre sonhei ter uma overdose. Me ver espatifado pelo chão, sangrando, babando, excretando. A cena escatológica da minha vida. Sempre quis sofrer catarses, e acho que a overdose é uma delas. A versão física e mental ao mesmo tempo. “ha crescuto troppo enfretta, questo nostro amore”.
Havia também os banhos de banheira na bacia branca. A água era quentinha e me adocicava. Saía deles com pureza no coração. Às vezes, ela me massageava. Às vezes não, foram apenas três ocasiões na verdade. E eu ansiava por te-la a me massagear as costas.
Um dia quando transávamos, o tesão foi tão violento que, mordiscando o seu lábio inferior, arranquei um pedaço. Gritou e gemeu de dor. Havia algo mais naquilo. Ela sangrava e me confidenciava o quanto gostava de meu irmão, quem tinha visto apenas uma vez. E trepamos ao som da história que fantasiava com ele. No começo foi broxante, mas logo me inseri no papel dele e gozei, fortemente. No ínterim do processo broxante ao triunfante, devido ao redimensionamento do órgão, o preservativo escapuliu. Gozei por ela toda. Ficamos abraçados por algum tempo, ela em cima de mim, pensando e me acariciando com falsidade. Assim que levantou, vi-a pingar; gotejava meu esperma. Foi traumatizante, pois era muito e parecia que ela que gozava, em pé.
Pediu desculpas pelas confidências inadequadas e foi embora.
Domingos de manhã me trazem os piores odores. Tudo fede. Costumo abrir as cortinas para enfrentar o mundo, mas ele não faz sentido. Peço desculpas a mim mesmo. E tento dormir o máximo que posso, puxando forçosamente o próximo dia até mim.
A cidade se enche do vazio. É a velha e pasmacenta azul-pé-no-saco. Passo pelas ruas e pelos bares cheios de gente que não me interessa. A caranga de minha avó é a minha melhor companheira. Passei em frente do velho bar do seu Osvaldo e hesitei em parar. Decidi que era melhor não, naquele sábado. Devia a ele explicações demais, e não estava com a paciência adequada. Pararei em uma próxima ocasião. As putas e ele que me esperem. E enquanto isso rodo pelas ruas largas, vazias e arborizadas com a caranga de minha avó.
O horizonte machuca de tão azulado que é. O menino enlouquece amarrado no hospital, drogado, nunca vi cena mais bizarra. O Bonifácio engorda cada dia mais, castrado, e a Nanica precisa acasalar. Eu também preciso, todos nós precisamos, mas na cidade azul-pé-no-saco não há fôlego, nem possibilidade, as pessoas são boas demais para copular, defecam merdas perfumadas de algodão. Deus a tudo vê e tudo pode. As mulheres sonham com o espírito santo, o maior garanhão da história, aquele ninja que engravidou uma virgem.
Acho que vou sair à rua fantasiado de espírito santo, só para comer as menininhas que se aglomeram nas portas das boates da moda da juventude. São tantas, e eu também tenho tantos paus, vários para cada uma delas.
Devo ir aos ensaios da companhia de balé. Às saídas do colegial. Brincarei de aplicar o terror. Não, preciso me concentrar em minha vida. Preciso arrumar algum preenchimento para ela. Tudo é tão difícil e dolorido. Não, preciso parar. Vou me contorcer e arrancar até a última gota de mim mesmo. Farei um suco de subjetivismo e o beberei com gosto. Servirei como vinho, os meus vinhos de outrora dos quais sinto tanta falta.
A vida era mais doce com eles. E agora me faltam. As noites solitárias nunca foram tão felizes, por causa deles. Não importa o meio, e sim o resultado. Por que Bergman é tão profundo? E, de repente, cômico. Ele se alterna, me engana, se engana, nos engana. Bergman é trapaceiro. Não, não consigo vê-lo assim. Ele era sincero. Mas as suas obras mostram sutilmente o quanto um sujeito pode variar. E Bergman varia, sutilmente mas varia.
- You hungry my dear?
- Not at all.
- You look like so.
- Do I?
- Yeah. Sure you don’t wanna bite this cheesecake?
- What is it?
- Strawberry.
- You know I only like blueberry.
- Yes, darling, I do, but I still hope to change your taste.
- Fuck, tastes are not to be changed, are you able to understand that?
- No, I’m not, and do not shout to me.
- Apologies. Will you accept?
- Just in case you bite me off.
- Where about?
- My left-hand side nipple?
- Don’t say it again or I will.
- Shall you? I can’t believe you’ve got the courage to.
- Yes I have.
- You were supposed to bite my nipple off and you’re making me giggle instead.
- Is there anything wrong with that?
- Yes, everything. Specially with your badly intended teeth.
- Listen, I’m not gonna tell this off again. I do whatever I want, whenever I wish, in wherever I think it’s the place. So whether I make you giggle or cry, whether I kiss or split you, whether I caress or punch you is my business. If you disagree, I’ll strangle you. Is that all right?
- Yes.
- Have I been fully understood?
- Yes.
- Please don’t bend this way right in front of me. You make me crazy doing so. If you carry on doing that, I must rape you, it becomes rather a duty than an entitlement.
- I beg you pardon, but fuck! What the hell shall I do? Everything either hurts or disturbs.
- You’re right my young lady, definitely right, and that’s what scares me most.
- Let me take you for dinner.
- I don’t know whether I want to dine out.
- What about that sushi you used to like so much, do you remember that one?
- Of course I do, we used to spend whole days eating nothing just to get the royal hunger and bring losses to the Japanese man.
- Let’s go there. I’m starving actually.
- Me too.
- Will we shag later.
- I don’t know. It will depend on the amount of alcohol I’ll consume thereafter.
- Fuck, for god’s sake don’t drink that much. Else, don’t have that godforsaken Stella; you know better than me how strong it is.
- I don’t care. I’ll drink whatever I want, if I happen to desire crap, I’ll have crap and nothing including you will stop me, have I been clear?
- You’re so rude.
- No, in fact I’m such a patient guy, you’re the nuisance.
- And you the boredom within impoliteness.
- Who cares?
- Me.
- I’m sorry if I come from a labor family and you from the sophisticated bourgeoisie. I’m trying, I’m really doing my best to be proper, but you must be somewhat patient.
- I’ve been darling, that’s all I’ve done.
- I can’t see it. I can’t figure it out. I can’t realise how rude I am and also how patient you are.
- I reckon we both should be patient.
- Very shortly I’ll no longer be.
- We’ll see what happens next then.
- You wanna a beer as well?
- No, I’ll go for sparkling water.
- That’s fine. I think we’ll shag later on.
- You’re incredibly as bastard as clever.
- Cheers, that’s very kind of you.
Havia também os banhos de banheira na bacia branca. A água era quentinha e me adocicava. Saía deles com pureza no coração. Às vezes, ela me massageava. Às vezes não, foram apenas três ocasiões na verdade. E eu ansiava por te-la a me massagear as costas.
Um dia quando transávamos, o tesão foi tão violento que, mordiscando o seu lábio inferior, arranquei um pedaço. Gritou e gemeu de dor. Havia algo mais naquilo. Ela sangrava e me confidenciava o quanto gostava de meu irmão, quem tinha visto apenas uma vez. E trepamos ao som da história que fantasiava com ele. No começo foi broxante, mas logo me inseri no papel dele e gozei, fortemente. No ínterim do processo broxante ao triunfante, devido ao redimensionamento do órgão, o preservativo escapuliu. Gozei por ela toda. Ficamos abraçados por algum tempo, ela em cima de mim, pensando e me acariciando com falsidade. Assim que levantou, vi-a pingar; gotejava meu esperma. Foi traumatizante, pois era muito e parecia que ela que gozava, em pé.
Pediu desculpas pelas confidências inadequadas e foi embora.
Domingos de manhã me trazem os piores odores. Tudo fede. Costumo abrir as cortinas para enfrentar o mundo, mas ele não faz sentido. Peço desculpas a mim mesmo. E tento dormir o máximo que posso, puxando forçosamente o próximo dia até mim.
A cidade se enche do vazio. É a velha e pasmacenta azul-pé-no-saco. Passo pelas ruas e pelos bares cheios de gente que não me interessa. A caranga de minha avó é a minha melhor companheira. Passei em frente do velho bar do seu Osvaldo e hesitei em parar. Decidi que era melhor não, naquele sábado. Devia a ele explicações demais, e não estava com a paciência adequada. Pararei em uma próxima ocasião. As putas e ele que me esperem. E enquanto isso rodo pelas ruas largas, vazias e arborizadas com a caranga de minha avó.
O horizonte machuca de tão azulado que é. O menino enlouquece amarrado no hospital, drogado, nunca vi cena mais bizarra. O Bonifácio engorda cada dia mais, castrado, e a Nanica precisa acasalar. Eu também preciso, todos nós precisamos, mas na cidade azul-pé-no-saco não há fôlego, nem possibilidade, as pessoas são boas demais para copular, defecam merdas perfumadas de algodão. Deus a tudo vê e tudo pode. As mulheres sonham com o espírito santo, o maior garanhão da história, aquele ninja que engravidou uma virgem.
Acho que vou sair à rua fantasiado de espírito santo, só para comer as menininhas que se aglomeram nas portas das boates da moda da juventude. São tantas, e eu também tenho tantos paus, vários para cada uma delas.
Devo ir aos ensaios da companhia de balé. Às saídas do colegial. Brincarei de aplicar o terror. Não, preciso me concentrar em minha vida. Preciso arrumar algum preenchimento para ela. Tudo é tão difícil e dolorido. Não, preciso parar. Vou me contorcer e arrancar até a última gota de mim mesmo. Farei um suco de subjetivismo e o beberei com gosto. Servirei como vinho, os meus vinhos de outrora dos quais sinto tanta falta.
A vida era mais doce com eles. E agora me faltam. As noites solitárias nunca foram tão felizes, por causa deles. Não importa o meio, e sim o resultado. Por que Bergman é tão profundo? E, de repente, cômico. Ele se alterna, me engana, se engana, nos engana. Bergman é trapaceiro. Não, não consigo vê-lo assim. Ele era sincero. Mas as suas obras mostram sutilmente o quanto um sujeito pode variar. E Bergman varia, sutilmente mas varia.
- You hungry my dear?
- Not at all.
- You look like so.
- Do I?
- Yeah. Sure you don’t wanna bite this cheesecake?
- What is it?
- Strawberry.
- You know I only like blueberry.
- Yes, darling, I do, but I still hope to change your taste.
- Fuck, tastes are not to be changed, are you able to understand that?
- No, I’m not, and do not shout to me.
- Apologies. Will you accept?
- Just in case you bite me off.
- Where about?
- My left-hand side nipple?
- Don’t say it again or I will.
- Shall you? I can’t believe you’ve got the courage to.
- Yes I have.
- You were supposed to bite my nipple off and you’re making me giggle instead.
- Is there anything wrong with that?
- Yes, everything. Specially with your badly intended teeth.
- Listen, I’m not gonna tell this off again. I do whatever I want, whenever I wish, in wherever I think it’s the place. So whether I make you giggle or cry, whether I kiss or split you, whether I caress or punch you is my business. If you disagree, I’ll strangle you. Is that all right?
- Yes.
- Have I been fully understood?
- Yes.
- Please don’t bend this way right in front of me. You make me crazy doing so. If you carry on doing that, I must rape you, it becomes rather a duty than an entitlement.
- I beg you pardon, but fuck! What the hell shall I do? Everything either hurts or disturbs.
- You’re right my young lady, definitely right, and that’s what scares me most.
- Let me take you for dinner.
- I don’t know whether I want to dine out.
- What about that sushi you used to like so much, do you remember that one?
- Of course I do, we used to spend whole days eating nothing just to get the royal hunger and bring losses to the Japanese man.
- Let’s go there. I’m starving actually.
- Me too.
- Will we shag later.
- I don’t know. It will depend on the amount of alcohol I’ll consume thereafter.
- Fuck, for god’s sake don’t drink that much. Else, don’t have that godforsaken Stella; you know better than me how strong it is.
- I don’t care. I’ll drink whatever I want, if I happen to desire crap, I’ll have crap and nothing including you will stop me, have I been clear?
- You’re so rude.
- No, in fact I’m such a patient guy, you’re the nuisance.
- And you the boredom within impoliteness.
- Who cares?
- Me.
- I’m sorry if I come from a labor family and you from the sophisticated bourgeoisie. I’m trying, I’m really doing my best to be proper, but you must be somewhat patient.
- I’ve been darling, that’s all I’ve done.
- I can’t see it. I can’t figure it out. I can’t realise how rude I am and also how patient you are.
- I reckon we both should be patient.
- Very shortly I’ll no longer be.
- We’ll see what happens next then.
- You wanna a beer as well?
- No, I’ll go for sparkling water.
- That’s fine. I think we’ll shag later on.
- You’re incredibly as bastard as clever.
- Cheers, that’s very kind of you.
1 Comments:
Beautiful English Mr. Muzulon.
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