terça-feira, junho 20, 2006

Como ela dizia.

Como ela dizia, a decadência não é algo admirável. E então eu replicava: Quem você pensa ser para definir a decadência, a mais bela das fases da vida, a mais madura e consciente? E ela se entediava com os meus dizeres. Talvez, se cansava de mim por conta deles.

Virava o seu rosto e não me olhava por doze horas seguidas. Meu membro se fazia ereto e dolorido. Queria trepar com ela. O tempo todo. Tinha um corpo belo demais para ser pensante. Estou certo de que os deuses tutelares das intempestividades jamais concedem dois elementos tão importantes como estes: beleza e pensamento, ao mesmo tempo a um mesmo ser.

Mas ela, se é que alguém se aproximava dessa quimera, era algo assim. Uma coisa cheia de vida. Um espetáculo, um embate extremo entre forma e falta de razão. A personificação de analgésicos. Ela me guiava. E em todas as manhãs eu só pensava em fodê-la, até que minhas forças fossem esgotadas. Ela tinha a vagina mais pungente que já havia comido, e isso me enternecia severamente. A idéia de que ela jazia ali, tão sóbria quanto real, ao meu lado, me excitava. Com toda a sua volúpia disfarçada de doçura. E eu a amava, ao meu modo, claro, pois ela pensava que tudo existia no mundo somente porque eu queria fodê-la, o que de certa forma era verdade. O mundo era um cubículo onde estávamos encerrados miseravelmente e tudo o que nos restava era foder, até que nossas forças se diluíssem. E eu a amava.

Pegue um copo de vinho para mim, querida. Deixe de ser preguiçoso e vá você mesmo. Estou cansado e minha cabeça dói. Porque bebeu demais ontém à noite. Quem se importa? Você devia se importar. Por que você é tão dura assim? Sou como as pessoas devem ser. Quem elaborou este conceito, de que as pessoas são como devem ser? Não sei, de fato, eu talvez. Mulher, não pense. Você não foi feita para esse fim. Você existe para bailar e embelezar o mundo. É tão bela. Não pense, não fale, não aja embasada em pseudo-conceitos. Os conceitos do mundo regular não se-lhe aplicam. Esqueça-os todos e venha foder comigo. Não há por que ser triste. Vamos trepar até o mundo acabar. Vamos beber todas as garrafas de vinho que nossos amigos nos trouxeram. E quando eles acabarem, compraremos mais. Vivamos menos em torno da vaidade aos outros, ao mundo externo, dedique-a toda para mim, a sua vaidade. Sejamos sujos e não tomemos banho. Trepemos, apenas. Chupe-me com o poder da mente. Toque o meu corpo como queria que fosse tocada. Diga-me banalidades grosseiras. Determine acepções sem as pensar. Cometa arbitrariedes. Você as pode todas com este rostinho lindo. Mas viva e pegue-me um outro copo de vinho, por favor.

1 Comments:

Blogger Guilherme N. M. Muzulon said...

E aqui está liberada a Idade da Razão dentro de um cubículo romancista Romântico, bohêmio, depravado, sincero/falso, verdadeiro/fictício, avassalador e peidorreiro...

É (...), reah!, as minhas merdas ainda não flutuaram mas vieram verdes com mijos amarelos - algumas poucas vezes!

Abraços seu bosta cabeçudo...

8:10 PM  

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